Veja a segunda parte dos melhores filmes de 2012, em ordem de preferência (clique aqui para ver o primeiro post):
9 -Like Crazy (Like Crazy, 2011)
Casal se conhece na faculdade e se apaixona. Ela é inglesa e ao exceder seu limite de permanência nos Estados Unidos tem problemas com o visto, não podendo mais entrar em solo americano. A partir daí o casal faz de tudo para que a paixão não morra e que eles possam se ver e resolver esse problema. Filme independente americano, que parte de uma premissa simples e muito utilizada (o amor à distância), mas que consegue fugir de todos os clichês típicos dessas produções. Quando o filme começa a caminhar para um desfecho previsível, o diretor muda as regras do jogo e entrega um dos finais mais lindos e realista que se pode esperar de um filme romântico. Extremamente sensível, sem ser piegas, o filme ganha força na direção discreta, com uma câmera muito próxima aos atores: o sensível e romântico Anton Yelchin e a apaixonante Felicity Jones.
10 – Na estrada (On the Road, 2012)
Romance icônico, definidor de uma geração e um movimento intelectual, os beatnicks, com milhões de fãs ardorosos através do mundo. On the Road é um filme belíssimo, que (quase) faz jus ao romance do escritor Jack Kerouac. Rito de passagem, amizades, experimentações e toda a loucura de uma geração que antecipa a contracultura e a liberdade dos anos 60, estão no filme. Walter Salles dirige um elenco primorosa que, mesmo nas pequenas participações, são notáveis, mas vale ressaltar o ator Garett Hedlund, péssimo em diversos filmes, mas que nas mãos de Salles faz um Dean Moriarty que beira a perfeição. Peca um pouco no ritmo vagaroso do terço final da história, mas nesse momento já estamos completamente envolvidos nas andanças de Sal e Dean pela América profunda. Terno e tocante!
11 – Un Amor (Un Amor, 2011)
Três adolescentes se tornam amigos e se apaixonam, em uma pequena cidade argentina nos anos 70, e não imaginam o quanto esse simples encontro iria marcar a vida deles para sempre. O filme alterna cenas desses idílicos anos de juventude com esses três personagens mais de vinte anos depois. Feito através de pequenos gestos, palavras não ditas, silêncios que escondem um turbilhão de emoções, o filme segue um caminho de grande empatia e nostalgia. Ótimos atores, tanto os adolescentes quanto os adultos, fazem de Un Amor mais uma dessas narrativas simples e humanas que só o cinema argentino consegue fazer. Impossível não se emocionar ou não se reconhecer em algum dos personagens!
12 – A guerra está declarada (La guerre est déclarée, 2011)
Jovem casal descobre que o filho está com um câncer terminal. O que poderia ser um grande dramalhão torna-se um dos filmes mais criativos, alegre e humano do ano. A diretora Valerie Donzelli (que também atua no filme, junto com seu companheiro Jeremié Elkaim, sendo a história baseada em fatos acontecidos com eles) consegue inserir nessa história, que poderia ser piegas, um enorme ânimo, vitalidade e urgência na relação desses pais e as idas e vindas ao hospital para salvarem a vida do filho. Com uma edição ágil, com cortes abruptos, a narrativa segue um fluxo vertiginoso em tom de quase fábula, com os protagonistas enredados nas dúvidas e responsabilidades de pais de primeira viagem. Misto de ficção e documentário, pois os atores interpretam “quase” a si mesmos em uma situação muito parecida, talvez seja daí que venha a grande sensibilidade do filme.
13 – Atmen (Atmen/Breathing, 2011)
Filme austríaco que é a estreia do ator Karl Markovics (Os Falsários) na direção. Jovem (o excelente ator Thomas Schubert), que carrega o peso de um delito em seu passado, alterna as noites em um reformatório com o emprego em uma funerária para que seja reinserido socialmente. Sufocado nessa existência sem futuro, o personagem vive um dia após o outro em busca de algo que lhe dê esperança. Filme contemplativo, repleto de silêncios, que nos faz acompanhar a rotina desse adolescente em busca de seu lugar no mundo, que parece, a todo momento, negar a ele essa oportunidade. Filme vencedor da 35ª Mostra de São Paulo.
14 – Até a eternidade (Les Petits Mouchoirs, 2010)
Filme francês que conta as “pequenas mentiras” que envolve um grupo de amigos. Após o acidente de um deles, os demais vão passar uma temporada à beira mar, aonde novos e velhos conflitos vêm à tona. Filme sensível que trata das relações de amizade com muita naturalidade e emoção. Vale à pena, principalmente pelo excelente elenco de astros franceses (François Cluzet, a sempre adorável Marion Cottilard, Benoit Magimel, Jean Dujardin) e um roteiro que em nenhum momento soa piegas, transitando muito bem pelo riso e pela tristeza.
15 – Deus da Carnificina (Carnage, 2011)
Confesso que esperava mais dessa reunião de um grupo talentoso de atores (Kate Winslet, Jodie Foster, Christoph Waltz e John C. Reilly) sob a direção de Roman Polanki, baseado na peça de O Deus da Carnificina de Yasmina Reza (também autora do roteiro junto com o Polanski). Apesar dos diálogos excelentes, direção segura, atores em grandes interpretações, o filme me deixou um gostinho de quero mais, como se algo houvesse faltado em uma receita que tinha tudo pra dar certo. Polanski tenta evitar o tom teatral da peça, com soluções bem criativas de câmera e movimentação, mas que não são suficientes para fazer com que nos importemos realmente com a história. O início e o final abruptos servem para completar esse sentido de estranheza e de uma obra pela metade, algo se perdeu no caminho e não conseguimos saber o quê. Apesar de tudo isso vale a pena vê-lo, nem que seja simplesmente pelos atores ou pela cena do vômito, antológica!
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