Gastronomia

City Bar: um dos botecos mais famosos de Campinas

8 de fevereiro de 2012

Ele é o último sobrevivente do antigo “setor” (nome dado, nas décadas de 70 e 80, ao conjunto de bares localizados nas imediações do Centro de Convivência) e faz parte da história de campineiros de várias gerações. Afinal, o City Bar existe há 50 anos e, desde que foi fundado, funciona na esquina da Rua General Osório e Avenida Júlio de Mesquita, uma das mais movimentadas do Cambuí.

Durante todos esses anos algumas modificações foram acontecendo. Uma das mais marcantes foi a criação do largo da City Banda (mesmo nome do bloco de Carnaval que foi fundado no bar), na década de 90, depois da implantação do projeto Rótula, que transformou a Júlio de Mesquita em mão única. Com o novo espaço, um prolongamento da calçada, o bar ganhou uma área externa para mesas, muito agradável nos dias quentes. As mesas externas são colocadas a partir das 16h de segunda a quinta-feira. Às sextas e sábados, desde o período da manhã.

O movimento do boteco começa timidamente nos finais de tarde. Por volta das 18h30, muitas vezes não é possível encontrar lugares disponíveis, mesmo nos dias mais frios… Além das mesas, existe a mureta, lugar preferido de grande parte dos freqüentadores, seja para encostar o corpo e apoiar a cerveja na hora que chega ou para tomar aquela saideira servida pelo Genésio, gerente do bar, enquanto o boteco é lavado, na madrugada.

O “brinde” é uma espécie de convite para que o cliente insistente tome a última cerveja do lado de fora, encostado na mureta, e depois vá para casa. Os mais resistentes acabam tendo os pés molhados pelas mangueiras que os garçons utilizam para lavar o bar. Aos sábados, o boteco “ferve” antes da hora do almoço, pois o movimento do City se mistura com o da feira de artesanato do Centro de Convivência. E é nesse clima que circulam os garçons, todos conhecidos dos frequentadores mais assíduos. 

Seo Zé e o City Bar

Os caminhos do City Bar e de José dos Santos Antônio, atual proprietário do boteco, se cruzaram há 13 anos. “Seo” Zé , que foi dono da Padaria Inca (tradicional em Campinas nos anos 80 e começo dos 90 – fechou em maio de 1994), tinha uma empresa de venda de laticínios em São Bernardo do Campo. “Um funcionário meu veio vender queijo no City e o dono da época comentou que queria vender o bar”, conta.

A proposta veio de encontro com a vontade que Antônio tinha de montar um boteco para vender os petiscos que ele e mulher faziam. O mais famoso é o bolinho de bacalhau (confira a receita abaixo), que segundo ele e as placas colocadas na frente do bar, é o melhor do mundo. Mas fora isso, há outras opções no cardápio, como as empadinhas (as melhores que já comi) de frango, palmito, frango com catupiry e bacalhau, tortas (vendidas inteira e em pedaços) de bacalhau com palmito, frango com palmito e palmito, sanduíches e doces típicos de Portugal.

Bolinho de Bacalhau (rendimento: 50 bolinhos)

Ingredientes:
– 1 quilo de bacalhau do porto
– 1 quilo de batata binje
– 3 dentes de alho ralados
– 1 cebola grande ralada
– 6 gemas
– 1 cálice de vinho do porto
– Salsa a gosto

Modo de fazer:

Depois de dessalgado, cozinhe o bacalhau, separe os espinhos e a pele e bata a carne do peixe (envolvida em um pano branco) até virar fibra. Cozinhe as batatas até que virem purê. Junte o bacalhau batido, o purê e os demais ingredientes até que se transformem em uma massa (se a consistência estiver mole, adicionar mais batata; se for o contrário, acrescentar mais gemas). Monte os bolinhos com duas colheres e frite em óleo a 250 graus.

Serviço:

City Bar
Endereço: Avenida Júlio de Mesquita, 450. (19) 3252-5296
Horário de funcionamento: das 6h até o último cliente, por volta das 2h (segundo “seo” Zé, a água nos pés depois desse horário faz parte das histórias dos botecos)

Fonte e fotos: Marina Avancini – www.blognarua.com.br

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